Sexta-feira, 4 de julho de 2025 Login
O mês de julho marca, em todo o país, a Campanha Julho Amarelo, dedicada à conscientização, prevenção, testagem e tratamento das hepatites virais. No Paraná, a data ganha ainda mais relevância diante dos expressivos resultados obtidos no enfrentamento de um surto da doença registrado em 2024. Por meio de uma resposta ágil da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com os municípios, foi possível conter o avanço da enfermidade e devolver o Estado à curva endêmica com rapidez e eficiência.
A campanha de vacinação direcionada à população vulnerável surtiu efeito imediato. A comparação dos dados entre os meses de janeiro a julho de 2024 e 2025 evidencia uma redução de 86% nos casos de hepatite no Paraná — passando de 522 para 74 notificações. O número de óbitos também apresentou queda expressiva: foram sete mortes no primeiro semestre de 2024, contra apenas uma em 2025, o que representa uma redução de 85,7% na mortalidade.
Esses números reforçam o alerta para a importância da prevenção. As hepatites virais são doenças silenciosas, que muitas vezes não apresentam sintomas nas fases iniciais, mas que podem evoluir para quadros graves, como cirrose e câncer de fígado. Estima-se que, em 2022, mais de 254 milhões de pessoas no mundo viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No mesmo ano, 1,34 milhão de mortes foram atribuídas às hepatites, número que supera o de óbitos por doenças como HIV, tuberculose e malária. A projeção da OMS é que, até 2040, hepatites B e C possam ser responsáveis por mais mortes do que todas essas enfermidades somadas.
“Estamos trabalhando de forma constante para ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento das hepatites virais no Paraná”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “A prevenção salva vidas, e é por isso que ações como o Julho Amarelo são essenciais para manter esse tema em evidência e garantir que a população procure os serviços de saúde. Nossa missão é cuidar e proteger, com políticas públicas que realmente cheguem às pessoas”, completou.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, apontam que, entre 2019 e 2025, o Paraná registrou 846 casos de hepatite A, 7.288 de hepatite B, 5.069 de hepatite C e 424 casos em gestantes. Ainda no mesmo período, 608 óbitos foram relacionados às hepatites virais em todo o Estado. A maioria dos casos de hepatite A ocorreu em pessoas entre 20 e 34 anos, com predominância masculina (71,9%). Já as hepatites B e C afetam majoritariamente pessoas entre 35 e 59 anos, também com maior incidência entre homens.
A Sesa reforça que a testagem é gratuita e está disponível em todas as unidades básicas de saúde, assim como a vacinação contra a hepatite B, que é oferecida gratuitamente para pessoas de todas as idades. O diagnóstico precoce é a chave para o tratamento eficaz, especialmente nos casos de hepatite C, que hoje conta com medicação altamente eficaz e segura.
Em 2024, o Paraná mostrou que é possível conter surtos com ação rápida e bem coordenada. Em 2025, o desafio é manter o tema em evidência e ampliar o acesso à prevenção. O Julho Amarelo é mais do que uma campanha: é um compromisso com a vida.
TRÊS VEZES MAIS
Com nova sede, Centro de Especialidades Médicas dará salto na oferta de serviços à população
FONOAUDIOLOGIA